Impacto da Opressão sobre Meu Sobrinho com Autismo
Meu sobrinho mais velho (o Sonhador) costuma lidar muito mal com frustrações, pois não sabe processar suas emoções. Assim como eu, ele é autista, e quando tem uma crise de raiva, reage de forma completamente irracional, dizendo que odeia a todos, que deseja morrer, que deseja que todos morram, e soltando palavrões compulsivamente.
Desde cedo, foi alvo de piadas e brincadeiras pelos próprios pais. Quando se sentiam ameaçados em sua autoridade, usavam o tom de voz, palmadas e ameaças para coagi-lo. O garoto quer e merece ser levado a sério, respeitado e ter sua opinião validada. Na maior parte do tempo, é simplesmente obrigado a fazer as coisas. Às vezes, são coisas que nem fazem sentido, como ser forçado a deixar que seus cravos sejam espremidos.
Minha irmã reage às crises de raiva do filho tentando impor novamente sua autoridade da maneira mais incoerente possível, forçando-o a agir como se não estivesse irritado. Não respeita os sentimentos dele e deseja que toda aquela raiva desapareça como em um passe de mágica.
Quando se oprime uma mola, ela naturalmente faz força contrária à que a está pressionando. Por isso, o relacionamento entre ambos não pode ser pautado por dominância e força bruta, mas sim por respeito mútuo. Após anos de opressão, é normal que ele exploda contra a mãe.
Quem deveria ser o exemplo, xinga, fala palavrões compulsivamente e exige que o garoto não reproduza esses comportamentos. Ele mesmo a contesta, dizendo coisas como: "Mas você fala palavrão!"
Felizmente, minha irmã vem reconhecendo suas atitudes ruins e aceitando conselhos, estando disposta a mudar se necessário. Raramente bate nele ultimamente, o que é ótimo. Ouve com mais atenção o que o filho tem a dizer, é mais respeitosa e paciente. Antes, simplesmente mandava que se calassem e a deixassem “educar” da forma que bem entendesse. Está se tornando uma boa mãe, tentando mudar pelas crianças. 💢💖
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