Os Desafios e Sentimentos ao Conviver com Familiares Autistas em Momentos de Crise (Alerta de Gatilho: Violência física)
Eu tenho dois sobrinhos autistas, um irmão autista e eu mesmo estou à procura de diagnóstico. Moramos atualmente todos na mesma casa. Meu irmão tem crises violentas de meltdown desde a minha infância. Ele me batia, batia nos meus pais e, principalmente, na minha irmã. Suas explosões eram sempre antecedidas por gritos estridentes, batidas de pé e sons específicos. Até hoje esses são gatilhos para mim. Somado a isso, tenho minha hipersensibilidade sensorial. É o combo supremo.
Hoje, as suas crises são raras, mas meu sobrinho menor, que vou chamar de Risonho, tem os mesmos meltdowns e isso me mata por dentro. Um único grito, uma simples batida de palmas deixa meu cérebro alerta, ansioso, em pânico, preparando-se para algo que foi condicionado a esperar: a violência! Muitas vezes, o barulho sequer é por causa do meltdown. Ele bate o pé, grita, ativa meus gatilhos sem propósito algum.
Meu outro sobrinho, a quem vou me referir aqui como Sonhador, grita, briga e ameaça o Risonho. Não sabe processar a raiva ou outros sentimentos. Tem, por exemplo, a ideia de que precisa se impor frente às frustrações do mundo, que quem não o respeita, independentemente da causa, merece ser subjugado. Por isso, chama o Risonho de idiota, ameaça bater nele, fazendo comentários mesmo quando não é solicitado.
Os três, não sempre, mas em parte, contribuem para o meu mal-estar temporário. Não é justo acusá-los de ser a fonte da minha infelicidade, pois também são fonte de muitos momentos felizes. Para ser mais exato, estou apenas desabafando sobre o que às vezes me fazem sentir. Além do mais, não têm culpa de seus atos. 🔗😞
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