O Espelho da Validação
Ontem, uma amiga nossa — em um grupo voltado para pessoas autistas — começou a falar sobre sexualidade. Foi então que um rapaz, de boa aparência e bastante confiante, perguntou que tipo de pênis ela achava mais atraente. (O grupo é um espaço livre de julgamentos.) Ele fez mais algumas perguntas e, em seguida, começou a contar histórias dignas de astro pornô. Na hora, algumas luzes de alerta acenderam na minha cabeça. Pelo jeito dele, deduzi que talvez fosse alguém com traços narcisistas, se aproximando com segundas intenções e tentando impressioná-la com supostas façanhas sobre-humanas. E poucas coisas me revoltam mais do que ver alguém explorando outra pessoa para se satisfazer. Mas respirei fundo: não seria justo acusá-lo apenas com base na minha intuição. Seria cruel e antiético. Ainda assim, não consigo evitar a sensação de que ele me lembra alguém do meu passado — só não sei exatamente quem. Mais tarde, tive a impressão de que ele roubou a atenção das minhas amigas usando uma “t...